O presidente dos Estados Unidos, Donal TRumpo, anunciou nesta quarta-feira (2) um pacote de tarifas sobre produtos importados, um “tarifaço global”. O Brasil está entre os países afetados, com taxa linear de 10%.
A primeira medida anunciada por Donald Trump nesse dia de tarifaço foi a taxação de 25% em cima de automóveis a partir desta quinta-feira (3). “A partir de meia-noite, nós vamos impor tarifa de 25% para todos os automóveis importados”, disse o presidente.
Ao anunciar o tarifaço, Donald Trump mencionou produtos da União Europeia, Austrália, China, Japão e outros parceiros comerciais. Além dos automóveis, o presidente dos EUA também criticou a importação de carne australiana.
“Por décadas os Estados Unidos deixaram que barreiras tarifárias fossem colocadas contra o nosso país, e isso acabou dizimando a nossa indústria. Isso aconteceu sem nenhuma resposta dos Estados Unidos, mas esses dias acabaram”, disse o presidente.
E prosseguiu: “Muitas vezes os amigos são piores do que os inimigos, em termos de comércio. Eu acho que isso acabou arrasando a nossa base industrial, e colocou a nossa segurança nacional em risco”.
De acordo com o presidente norte-americano, a China cobra dos produtores de arroz americanos uma tarifa de 65%. A Coreia do Sul fica algo entre 50, 55%. No Japão também. “Enfim, eles querem vender o seu próprio arroz, e quem pode culpá-los por isso?”
“Nós queremos fazer isso para evitar que roubem da gente. Nós temos que olhar para quais produtos virão para cá, muitas coisas terão entrada. As nações terão que pagar, agora, para acessar a maior mercado do mundo”, assinalou Trump.
BRASIL
No Brasil, o tarifaço de Trump gera preocupação, principalmente, entre os setores de aço e alumínio, que já enfrentam tarifas desde março. Além disso, o etanol brasileiro já foi citado como exemplo de comércio desigual: enquanto os EUA cobram uma taxa de 2,5% sobre o etanol importado, o Brasil aplica uma tarifa de 18% sobre o produto norte-americano.
O presidente Lula criticou a decisão e afirmou que o Brasil recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC). Caso a contestação não tenha efeito, o governo avalia a imposição de tarifas sobre produtos norte-americanos.