Reunião entre lideranças e governador Helder termina sem acordo em Belém

29/01/2025 15h34 - Atualizado há 1 mês

Um grupo de 40 representantes dos indígenas que ocupam há mais de duas semanas a sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), em Belém, teve a primeira reunião na noite de terça-feira (28) com o governador Helder Barbalho (MDB). A negociação terminou sem acordo.

O encontrou ocorreu no Palácio do Governo, sob forte aparato de agentes de segurança, que fecharam a principal via da cidade, a av. Almirante Barroso, horas antes da reunião.

Além do governador do Estado e as lideranças indígenas, a reunião também contou com presença de parlamentares e da Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

 

Para os indígenas, a reunião de mais de quatro horas não avançou porque as reivindicações, como a revogação da Lei 10.820/24 (Estatuto do Magistério Público do Pará) e a exoneração do secretário de educação, Rossieli Soares, não foram atendidas.

Para o Governo do Pará, a reunião buscou “avançar as reivindicações e a construção coletiva da Política Estadual de Educação Escolar Indígena”. O Governo “reafirmou que segue aberto ao diálogo”.

 

A negociação

 

Antes da reunião começar, policiais interditaram a av. Almirante Barroso, nos perímetros das avenidas Júlio César e Doutor Freitas, causando longos congestionamentos e foi justificada pelo governo do Pará para “preservar a integridade de servidores, manifestantes e do patrimônio público”.

Inicialmente, o encontro das lideranças indígenas estava marcado para as 14h, mas foi remarcado para o início da noite, às 18h.

Os manifestantes chegaram ao Palácio do Governo junto com a Ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.

Antes de entrar na sala da reunião, os indígenas foram obrigados a deixar os celulares na recepção. A conversa entre governo e manifestantes iniciou por volta das 20h30 e seguiu até a madrugada desta quarta-feira, 29.

Durante a reunião, alguns indígenas que estavam participando da negociação deixaram a sala. “O governo quer resolver apenas a questão indígena, mas nas nossas aldeias e comunidades têm professores não indígenas. Ou seja, a nova lei vai afetar a todos”, disse um manifestante.

Os manifestantes defendem as duas pautas principais do movimento. Enquanto que o governo do Pará apresenta como alternativa a construção, junto com os indígenas, da Política Estadual de Educação Escolar Indígena.

O governo informou que na tarde desta quarta-feira (29) uma nova reunião está marcada com o grupo de trabalho do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Estado do Pará (Sintepp).

Os professores da rede estadual de ensino estão em greve desde o dia 23 de janeiro. A Seduc informou que não reconhece a greve e que a continuidade das atividades nas escolas está garantida normalmente.


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