A indústria brasileira registrou crescimento de 3,1% em 2024, o que representa uma recuperação em relação ao ano de 2023, que registrou um crescimento de apenas 0,1%.
Esse avanço foi impulsionado principalmente pelos bens de consumo duráveis, que apresentaram um crescimento considerável de 10,6% em comparação a 2023
Segundo a Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, em dezembro de 2024, o setor industrial brasileiro enfrentou um cenário mais desafiador.
A retração de 0,3% em relação ao mês anterior foi o terceiro mês consecutivo de queda, o que resultou em uma perda acumulada de 1,2% no último trimestre de 2024.
O gráfico dos Indicadores da Produção Industrial mostra que para o mês de dezembro, ilustra bem essa queda, com os bens de consumo semi e não duráveis apresentando uma diminuição de 1,8%, e os bens de consumo duráveis enfrentando um declínio de 1,6%.
Essa queda foi acentuada pela retração em setores chave, como metalurgia (-1,5%), produtos químicos (-0,8%) e veículos automotores (-0,8%), conforme representado no gráfico.
A queda nos bens de consumo foi uma das maiores influências na desaceleração da produção. A diminuição dos bens de consumo duráveis e semi-duráveis indica que o mercado interno, que representa uma parcela significativa da demanda, teve uma desaceleração.
Isso é um reflexo de um cenário de consumo mais retraído, com a alta dos juros e inflação impactando o poder de compra da população.
Por outro lado, o setor de bebidas, obteve um crescimento de 3,2% em dezembro, o que também contribuiu positivamente para o desempenho da indústria, conforme evidenciado nos gráficos fornecidos.
Além disso, o setor automotivo, por exemplo, foi um dos destaques positivos, com um crescimento de 12,8% na produção de veículos, reboques e carrocerias em dezembro de 2024.
Esse aumento está refletido no Gráfico 6, que mostra os bens de consumo duráveis com um crescimento acumulado de 10,6% no ano.
Embora a produção industrial tenha enfrentado quedas no último trimestre de 2024, a expansão no primeiro semestre e os setores resilientes, como o automotivo, foram fundamentais para garantir esse crescimento anual positivo.
Para 2025, as perspectivas indicam um desempenho mais equilibrado, com expectativas de crescimento para setores como o automotivo, mas também desafios para bens de consumo, principalmente no segmento de alimentos e bebidas, que foram afetados pela inflação e pelas políticas fiscais mais rigorosas.
Essa recuperação do setor automotivo se mantém como uma esperança para impulsionar a produção industrial no curto prazo, enquanto as políticas fiscais e a alta taxa de juros podem continuar a pesar sobre os setores de consumo, principalmente bens duráveis e semi-duráveis.
Embora a indústria brasileira tenha enfrentado um desempenho misto no segundo semestre de 2024, o crescimento acumulado de 3,1% mostra que o país está se recuperando dos impactos econômicos globais e da inflação.
No entanto, os desafios internos, como as altas taxas de juros, ainda precisam ser enfrentados para garantir que setores como bens de consumo e o setor têxtil consigam se recuperar com mais força.
O setor automotivo e as indústrias extrativas, por outro lado, continuam sendo pilares importantes para o crescimento da produção industrial no Brasil.