Os contribuintes brasileiros desembolsaram mais de R$ 516 bilhões em impostos nos primeiros 40 dias de 2025, conforme registrado pelo Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) nesta segunda-feira (10).
Este valor representa um aumento de 8,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando a arrecadação foi de R$ 461,6 bilhões.
Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, atribui esse crescimento a fatores como o aquecimento econômico, a inflação e o aumento de tributos.
“A inflação desempenhou um papel relevante, uma vez que o sistema tributário brasileiro é baseado majoritariamente em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços dos bens e serviços”, explicou.
A ACSP destaca que, além da inflação, outros fatores impulsionaram a arrecadação tributária, como a elevação das alíquotas do ICMS, a reoneração dos combustíveis e medidas do governo federal, incluindo a tributação de offshores e a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Embora o início de 2025 apresente um ritmo acelerado de arrecadação, a expectativa é de que o crescimento tributário ao longo do ano seja mais modesto, devido a um menor dinamismo econômico e aos efeitos da taxa básica de juros (Selic) elevada.