Altamira em festa celebra aniversário e promove ExpoAlta histórica; 53 mil pessoas na abertura
Durante os cinco dias de evento, o público poderá acompanhar rodeios, leilões, fazendinha, exposições de animais, provas e curtir as atrações musicais

A 42ª ExpoAlta, maior evento do agronegócio do Xingu, depois de cinco anos de pausa, voltou com força total na noite desta quarta-feira (5), no Parque de Exposições Antônio Inácio de Lucena, abrindo as festividades do 114 aniversário de Altamira, comemorado nesta quinta-feira (6), feriado municipal na cidade.
A abertura da exposição teve a participação do cantor Leonardo, que interpretou sucesos consagrados como “Pense em Mim”, “Entre Tapas e Beijos”, “Pecado de Amor”, “Vestido de Seda” e “Ainda Ontem Chorei de Saudade”.
Com entrada gratuita, a ExpoAlta tem a previsão dos organizadores de reunir em torno de 100 mil pessoas, 200 expositores e movimentar cerca de R$ 120 milhões em negócios.
Durante os cinco dias de programação, o público poderá acompanhar rodeios emocionantes, leilões, fazendinha, exposições de animais, provas de três tambores e uma ampla programação técnica voltada aos produtores rurais da região do Xingu.
A feira também traz uma novidade especial nesta edição: o concurso Rainha ExpoAlta, que de sete candidatas disputando o título, a grande vencedora foi Thais Feitosa, premiada com R$ 10 mil e o troféu de Rainha. Juliana Costa ficou em segundo lugar, com R$ 3 mil, e Maria Eduarda conquistou o terceiro, com R$ 2 mil.
Além do cantor Leonardo, a programação musical traz nomes como Humberto & Ronaldo, Natanzinho Lima, Mano Walter e Leandro Borges — um cardápio musical que mistura sertanejo, forró, gospel e o melhor da música brasileira.
O evento é uma realização da Prefeitura de Altamira e do Sindicato dos Produtores Rurais de Altamira (Siralta), com apoio do Governo do Brasil, por meio do Ministério do Turismo; do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap); do Banco do Estado do Pará (Banpará); da Heineken, Amstel e Coca-Cola; além dos deputados federais Júnior Ferrari, José Priante e Joaquim Passarinho e do deputado estadual Aveilton Souza.
Altamira, a História
Além da vastidão geográfica, Altamira abriga uma rica e complexa história, que mistura povos originários, colonização portuguesa, ciclos econômicos da borracha e transformações recentes causadas por grandes obras, como a Usina de Belo Monte.
O território de Altamira já era habitado muito antes da chegada dos portugueses. Diversos povos indígenas, como Juruna, Arara e Xipaya, viviam na região, mantendo relações profundas com os rios e a floresta. A presença europeia se intensificou a partir do século XVIII, com a expansão das frentes colonizadoras vindas do Maranhão e do Baixo Amazonas.
A fundação oficial da cidade como núcleo urbano ocorreu em 6 de novembro de 1911, com o nome de Souzel, depois alterado para Altamira — nome inspirado em uma vila portuguesa que significa “alta vista”. No entanto, o local já era ponto de passagem e comércio fluvial muito antes disso.
Planejada
Durante o regime militar, Altamira foi planejada para ser a sede de uma nova fronteira de desenvolvimento da Amazônia. Havia planos ambiciosos para transformá-la em um polo agroindustrial, com incentivos à migração e à instalação de grandes fazendas, processo que acabou gerando conflitos fundiários que perduram até hoje.
Outro aspecto importante é a influência nordestina na formação da cidade atual. Durante as décadas de 1970 e 1980, milhares de famílias migraram do Nordeste, especialmente do Maranhão e do Piauí, atraídas pela promessa de terras e oportunidades. Essa migração moldou profundamente a cultura local.
Belo Monte
A história recente de Altamira está marcada pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, uma das maiores do mundo. A obra, iniciada nos anos 2010, trouxe profundas mudanças sociais, econômicas e ambientais para o município. Muitas comunidades foram deslocadas, a população urbana cresceu de forma desordenada e houve uma série de impactos.
A Usina de Belo Monte representa um marco no setor energético brasileiro, trazendo benefícios como o aumento da geração de energia limpa, melhorias em infraestrutura e criação de empregos.
Mas a hidrelétrica também causou impactos significativos, como o deslocamento de comunidades, a pressão sobre os serviços públicos e os efeitos ambientais na região amazônica.
Seu legado é marcado por contrastes: desenvolvimento e progresso de um lado, e desafios sociais e ambientais do outro.
Atualmente, Altamira é uma cidade de contrastes, abriga extensas áreas de floresta nativa, terras indígenas, uma rica diversidade cultural e os problemas típicos de um município em rápida expansão populacional. Sua história continua sendo escrita entre disputas territoriais, resistência dos povos tradicionais e o desafio de conciliar desenvolvimento e preservação.
Artigos Relacionados




Destaques




Mais Lidas











%252023.38.06_846464e1.jpg%3F2025-08-04T02%3A38%3A08.846Z&w=3840&q=100)