Altamira tem três projetos selecionados para a Zona Verde da COP30
A Zona Verde, instalada no Parque da Cidade e com acesso livre ao público, será o ambiente de convergência entre inovação, cultura e sustentabilidade

Altamira será destaque na Conferência das Partes (COP) 30, que será realizada em Belém entre os dias 10 e 21 de novembro, com três projetos selecionados para compor a Zona Verde — o espaço da conferência dedicado ao diálogo entre governos, empresas, universidades, sociedade civil e comunidades tradicionais.
A Zona Verde, instalada no Parque da Cidade e com acesso livre ao público, será o ambiente de convergência entre inovação, cultura e sustentabilidade. Ali, instituições públicas, organizações não governamentais, empresas, universidades e lideranças globais apresentarão soluções e experiências que promovem o desenvolvimento sustentável.
O Pavilhão Pará, que integra a programação da Green Zone, já confirmou 342 atividades entre oficinas, painéis, exposições e apresentações artísticas, selecionadas pela qualidade técnica e relevância temática.
Entre elas, três propostas são da Prefeitura de Altamira, por meio da Secretaria Municipal da Gestão do Meio Ambiente (Semma).
A primeira proposta, intitulada “Bioeconomia do Cacau e Regularização Ambiental na Amazônia: Soluções Locais para o Plano Clima”, apresentará experiências de Altamira e do Estado do Pará na integração entre a bioeconomia do cacau, a regularização ambiental rural e os Programas de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) como instrumentos para fortalecer a ação climática local.
A partir da cadeia produtiva do cacau em sistemas agroflorestais (SAFs), serão discutidos resultados em mitigação de emissões, restauração de paisagens, geração de renda e valorização dos territórios amazônicos. O debate reunirá representantes do poder público, setor privado, academia e cooperação internacional, abordando iniciativas como o Projeto Refloresta Altamira, as ações de PSA coordenadas pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará e o fortalecimento da cadeia do cacau sustentável com empreendedores locais.
A proposta reforça o papel dos municípios amazônicos na governança climática e na transição para uma economia de baixo carbono, posicionando Altamira como referência em soluções locais de mitigação e adaptação climática.
O segundo projeto selecionado é o Programa Integrado “Altamira Sustentável: Floresta, Cidade e Produção”, uma política pública estruturante que integra o meio rural e o urbano em torno de três eixos: reflorestamento e produção sustentável, infraestrutura verde urbana e bioeconomia do cacau.
O programa propõe um modelo de desenvolvimento territorial de baixo carbono, unindo conservação ambiental, inovação tecnológica e inclusão social. No primeiro eixo, o ‘Refloresta Altamira’ fortalece o viveiro municipal com capacidade para produzir até 500 mil mudas por ano, utilizadas na recuperação de áreas degradadas, Áreas de Preservação Permanente (APPs) e Reservas Legais, além de apoiar a implantação de sistemas agroflorestais e de integração lavoura-pecuária-floresta.
O segundo eixo, ‘Altamira Mais Verde’, é voltado à arborização e infraestrutura verde urbana, promovendo o plantio de espécies nativas amazônicas, uso de geotecnologias e engajamento comunitário para reduzir ilhas de calor e melhorar o conforto térmico da cidade.
Já o terceiro eixo, ‘Chocofábrica Altamira’, tem foco na bioeconomia e implanta uma unidade de beneficiamento do cacau produzido em SAFs, agregando valor à produção familiar, gerando emprego e fortalecendo a marca territorial “Cacau de Altamira”.
Os três eixos funcionam de forma interdependente, em um ciclo virtuoso: o viveiro abastece o campo e a cidade; a arborização fortalece a consciência ambiental; e a industrialização do cacau gera emprego e reinveste em novas ações sustentáveis.
Entre os resultados esperados até 2028 estão a produção e distribuição anual de 500 mil mudas, a recuperação de APPs e Reservas Legais, a implantação da Chocofábrica com certificação de origem, o fortalecimento da agricultura familiar e a melhoria da qualidade ambiental urbana.
O programa está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2, 8, 11, 12, 13 e 15, demonstrando que o desenvolvimento da Amazônia é possível a partir da integração entre floresta, cidade e produção sustentável.
O terceiro projeto aprovado é a “Gestão Integrada de Resíduos Sólidos em Altamira: Metodologia Participativa e Articulação Institucional para Sustentabilidade e Captação de Recursos”, que tem como objetivo estruturar e fortalecer o sistema de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos, promovendo soluções sustentáveis de caráter ambiental, social e econômico.
As ações incluem diagnóstico gravimétrico, implantação de ecopontos, fortalecimento de cooperativas de catadores, incentivo à compostagem e mobilização comunitária. A iniciativa é desenvolvida em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), cooperativas locais, organizações da sociedade civil e conta com apoio técnico do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.
A metodologia é baseada em uma abordagem participativa e contínua, que começa com o diagnóstico técnico e institucional, orientando o planejamento da coleta seletiva e a criação de ecopontos.
Em seguida, ocorre a capacitação das cooperativas e o fortalecimento das atividades de reciclagem e compostagem, acompanhados por um programa itinerante de educação ambiental e um sistema de monitoramento e avaliação. Essa articulação entre governo, academia e sociedade civil fortalece a governança intersetorial, fomenta a inovação e amplia as possibilidades de captação de recursos nacionais e internacionais.
O projeto se destaca por combinar ciência, gestão pública e saber comunitário, servindo como modelo para a Amazônia urbana. Alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 11 (Cidades Sustentáveis), 12 (Consumo e Produção Responsáveis) e 13 (Ação Climática), ele demonstra como a integração entre educação ambiental, inovação técnica e inclusão socioeconômica pode construir uma gestão de resíduos eficiente e sustentável.
Com essas três iniciativas, Altamira mostra que é possível unir desenvolvimento econômico, inclusão social e conservação ambiental. A presença do município na Zona Verde da COP30 destaca o protagonismo do maior município do Brasil na transição para uma economia de baixo carbono e reforça a imagem de Altamira como líder na implementação de políticas climáticas e ambientais na região Xingu.
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