Altamira celebra a diversidade indígena na abertura do Festival de Cultura e Jogos do Xingu
Evento reúne 14 etnias do Xingu e destaca a valorização da ancestralidade e das tradições dos povos originários

A cerimônia de abertura do Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu, realizada na noite de quinta-feira (17), na Orla do Cais de Altamira, marcou o início de uma das maiores celebrações culturais da região. O evento reuniu milhares de pessoas e destacou a riqueza, a ancestralidade e a diversidade dos povos originários do Xingu e de todo o Pará.
O espaço se transformou em um verdadeiro palco multicultural, com apresentações de danças, cantos, rituais e trajes típicos das 14 etnias participantes. Cocares, colares, pinturas corporais e adereços artesanais deram o tom da cerimônia, traduzindo a identidade única de cada povo.
Um encontro de culturas e resistência
A abertura teve início com o desfile solene das delegações indígenas, em uma apresentação comovente que proporcionou ao público um mergulho nos saberes e nas tradições dos povos originários. Entre os destaques, o cacique Gilirte Juruna, da etnia Juruna (aldeia Muratu), ressaltou a importância do evento:
“É uma iniciativa muito boa. Fortalece a divulgação da nossa cultura. Temos muitos povos na região e nem todos conhecem nossa história. Essa é uma forma de mostrar quem somos.”
Já o cacique geral da Terra Indígena Ipixuna, Awinhoô Araweté, também expressou gratidão pela participação:
“Estamos muito felizes em participar deste grande evento. Ele valoriza nossa cultura e nos enche de orgulho, especialmente por sermos um povo de recente contato. Estar com os outros parentes aqui é muito significativo.”
Autoridades prestigiam o evento
A cerimônia contou com a presença de autoridades dos três níveis de governo. Estiveram presentes o governador do Pará, Helder Barbalho; o prefeito de Altamira, Loredan Mello; a vice-prefeita Thais Nascimento; a idealizadora do evento, Paola Abucater; os ministros Jader Filho (Cidades) e Celso Sabino (Turismo), além de deputados, prefeitos e vereadores da região.
Durante seu discurso, o governador destacou a relevância cultural e simbólica do festival:
“Esse é um momento de valorização da ancestralidade e da diversidade. Altamira mostra que é possível preservar memórias e histórias, respeitar o próximo e viver em harmonia em um mesmo território.”
O prefeito Loredan Mello reforçou que o festival é um marco na valorização dos povos originários:
“Estamos promovendo um dos maiores encontros de cultura e tradição indígena já vistos. Altamira está nos olhos do mundo, reconhecendo a importância de suas raízes e a riqueza de sua diversidade.”
Ele também homenageou Paola Abucater, primeira-dama e idealizadora do evento, pelo empenho em tornar o festival uma realidade, além de prestar tributo a Carlos Terena, criador dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Pira olímpica e show cultural encerram a noite
Um dos momentos mais simbólicos da cerimônia foi o acendimento da pira olímpica, feito pela liderança indígena Maria Xipaya. O gesto representou a força espiritual e a união dos povos presentes.
Encerrando a noite, a cantora paraense Liah Soares emocionou o público com uma apresentação marcada por músicas autorais e homenagens à cultura amazônica. O show celebrou com sensibilidade e entusiasmo a identidade regional.
Programação segue até o dia 20 de julho
O Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu segue até o próximo sábado (20), com uma intensa programação esportiva, cultural e de valorização das tradições dos povos indígenas da região.
O evento é uma realização do Programa Estadual de Incentivo à Cultura (Semear), da Fundação Cultural do Pará (FCP), da Secretaria de Turismo do Pará (Setur) e do Governo do Estado do Pará, com patrocínio da Prefeitura de Altamira, Equatorial Energia, Belo Sun Mineração, Caixa Econômica Federal e Governo Federal.
Conta ainda com o apoio das secretarias municipais de Turismo (Semtur), Cultura (Secult), Esporte e Lazer (Semel), Educação (Semed), Assistência e Promoção Social (Semaps), Saúde (Sesma), Segurança Pública e Mobilidade (Segmuc), além do Distrito Sanitário Especial Indígena de Altamira (DSEI) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
Por Michelly Araújo
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