Os casos de covid-19 no Pará aumentaram nos últimos dois meses, passando de 29 em novembro de 2024 para 2.804 em janeiro de 2025, de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Esse crescimento também refletiu no número de mortes, que subiu de um óbito em novembro para 25 em janeiro. Ainda de acordo com a Sespa, em fevereiro deste ano, até o dia 17, o estado já contabiliza 677 novos casos e duas mortes pela doença. O número acende um alerta pelo período em que se antecede o Carnaval, que será realizado em março.
Ainda segundo a Sespa, em dezembro de 2024, o Pará registrou 247 casos e dois óbitos. Com relação à vacinação, até o momento, 6.832.336 pessoas se vacinaram contra a covid-19 no estado, considerando primeiras doses, segundas doses e reforços — uma cobertura vacinal de 72,46%, percentual dentro do esperado pela Sespa, mas que pode ser ampliado. A vacina faz parte do calendário vacinal para os grupos prioritários, e mensalmente o estado recebe novas doses, distribuindo-as para os 13 Centros Regionais de Saúde (CRS). O Pará dispõe de vacinas para crianças, adolescentes, adultos e idosos.
A capital paraense também teve uma elevação nos casos de covid-19 nos últimos meses. Em novembro de 2024, Belém teve 13 casos e um óbito, número que subiu para 117 casos e cinco mortes em dezembro, como apontam dados da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma). Em janeiro de 2025, os registros cresceram ainda mais, chegando a 259 casos e 18 óbitos. Nos primeiros 17 dias de fevereiro, foram contabilizados 20 novos casos e duas mortes.
No que diz respeito à vacinação, a cidade já aplicou 3.583.489 doses, incluindo primeiras e segundas doses, além de reforços. Com isso, a cobertura vacinal alcançou 94,91%, superando a meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde. A população pertencente aos grupos prioritários pode se vacinar nas unidades de saúde com sala de vacinação. Recentemente, foram distribuídas doses das vacinas Spikevax (Moderna) e Zalika (Sérum) para esses locais. A Sesma reforça que a vacinação contra a Covid-19 continua sendo voltada exclusivamente para esses grupos prioritários e especiais, que incluem:
No Pará, a previsão é que não se registre um aumento de casos expressivo em meio ao Carnaval, como avalia o infectologista Alessandre Guimarães. Isso porque, segundo ele, o estado já passou por um pico de casos que se estendeu de outubro de 2024 até o início deste ano. “A gente precisa ver os dados com um todo no país. Começaram a aumentar o número de casos desde outubro do ano passado, quando foi detectada uma nova variante, que veio da Alemanha. É a XF.
Essa variante, na verdade, é uma subvariante da Ômicron. Foi detectada no Brasil em setembro do ano passado e, de setembro para cá, foi espalhando em vários estados. E, no Pará, já tivemos esse aumento de casos”, diz.
“Tivemos um repique de casos [no Pará]. Não chega a ser uma onda. Foi um aumento relacionado a fatores que estão desde a questão dos eventos que aconteceram desde o final do ano passado em Belém, começa desde o Círio, em outubro. E, depois, com as festas de final de ano. São eventos que acabam promovendo espalhados, que a gente chama. Agora, no Pará, esse número de casos está em declínio, ao contrário de outros estados, como na Bahia. Isso provavelmente se trata da subvariante da Ômicron. Quando se tem essa variante, pode causar um furo no bloqueio vacinal”, completa o médico.
No entanto, apesar desse cenário nacional, Alessandre observa que a gravidade da doença em meio às infecções não são consideradas tão perigosas se comparado ao início da pandemia. “Tivemos o auge da pandemia que ocorreu entre 2020, 2021 e 2022. E, depois de 2022, começamos a ter um declínio, dessa velocidade de propagação. A tendência será de termos, ao longo dos anos, uma acomodação epidemiológica. O vírus provavelmente vai continuar circulando, mas o que a gente tem que entender é a magnitude da doença e dos sintomas”.